Boas Práticas Circulares

Foram mapeadas boas práticas circulares não só a nivel local, como também a nível nacional.

Boas Práticas Locais

• Adalberto Textile Solutions

A Adalberto Textile Solutions opera no setor têxtil e é uma organização comprometida com a inovação e sustentabilidade. É líder do projeto GIATEX que visa responder aos desafios enfrentados pelas empresas de enobrecimento têxtil ao nível do consumo intensivo de água.

Para isso, pretende-se desenvolver um conjunto de ferramentas que permitam às empresas:

1. Reduzir o consumo específico de água (utilização de tecnologias de enobrecimento menos intensivas e adoção de tecnologias de tratamento que permitam a reutilização da água);

2. Apoiar na decisão sobre o destino final a dar às águas (através da integração de sistemas de monitorização e controlo do processo e de uma nova ferramenta de apoio à gestão da água).

O projeto, como referido, tem como promotor líder a Estamparia Têxtil Adalberto Pinto da Silva, S.A. (ADALBERTO), sob a coordenação técnica do CITEVE, e estrutura-se em 8 WPs alinhados com 4/6 Pilares Estratégicos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR): (i) Transição Verde; (ii) Transformação digital; (iii) Crescimento inteligente; (iv) Resiliência económica.

• CS Plastic

A CS Plastic, uma empresa de injeção de componentes plásticos, tem-se destacado na transição para a Economia Circular. As suas ações têm sido marcadas pela instalação de painéis solares, reduzindo a dependência energética em 35% a 40%, além da compra de eletricidade verde e ênfase na reciclagem de resíduos. Priorizando materiais reciclados e introduzindo produtos baseados em polímeros biodegradáveis, a empresa promove a sustentabilidade na sua produção.  Além disso, a CS Plastic adota uma abordagem proativa na redução da pegada ecológica, monitorizando constantemente o consumo de energia e implementando tecnologias para diminuir esse consumo.

• CAID - Cooperativa de Apoio à Integração do Deficiente

A CAID foi constituída em 1998 por iniciativa da Câmara Municipal de Santo Tirso e de um conjunto de entidades e empresários do concelho de Santo Tirso, dos quais se destacam a ACIST – Associação Comercial e Industrial de Santo Tirso, a Sol do Ave e a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. É uma instituição constituída por capital misto, público e privado, sendo que a Câmara Municipal de Santo Tirso detém a maioria do capital social, assumindo a presidência da Direção. Equiparada a uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social), a CAID tem como objetivo geral responder à problemática da deficiência nas suas diferentes dimensões:  Reabilitar | Formar | Incluir/ Integrar | Apoiar. Em termos de contributo para aceleração da transição para a Economia Circular, desenvolve algumas iniciativas junto da comunidade local que potenciam a circularidade. Várias são as práticas que se podem enquadrar como boas práticas da economia circular: Reciclagem de paletes cedidas por empresas vizinhas, dando-lhes uso para o desenvolvimento de produtos, como bancos; Aproveitamento de excedentes de tecidos cedidos por empresas locais para o desenvolvimento de diversos produtos e execução de trabalhos, como são exemplo, todos os trajes usados para as diversas festas desenvolvidas pela instituição; É beneficiária do Banco Alimentar e de várias cadeias de hipermercados, nomeadamente, no aproveitamento de produtos em aproximação do final do prazo de validade; Possui várias práticas de reciclagem de papel, vidro, óleos alimentares; Realiza o aproveitamento de diversos produtos para desenvolver outros produtos, tanto para fins ocupacionais, como decorativos e para venda; Possui a própria horta para produção de alguns bens alimentares, usados na confeção das suas refeições.

• Finieco SA

A história da Finieco é profundamente enraizada no compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Fundada em 1998, a jornada começou com a visão de criar embalagens em processo automático, inovadoras e ecológicas. Desde então, evoluíram para se tornarem líderes na fabricação de sacos de papel feitos a partir de materiais reciclados. Em matéria de contribuição para a Economia Circular estão empenhados em acelerar a transição de diversas maneiras:

1. Materiais Sustentáveis: Utilizam papel reciclado na maioria dos produtos e sempre com certificação FSC reduzindo a procura por recursos naturais e incentivando a reciclagem;

2. Design Inteligente: Investem em design de embalagens que otimiza o ciclo de vida dos produtos, promovendo a reutilização e a reciclagem. As embalagens de papel são concebidas com materiais facilmente recicláveis;

3.  Processos Ecoeficientes: Implementam práticas de fabrico ecoeficientes para reduzir desperdícios, bem como reaproveitam muita da matéria-prima desperdiçada noutras fases do processo, o que minimiza o impacto ambiental em todas as etapas da produção;

4. Parcerias Sustentáveis: Colaboram com fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis, formando uma cadeia de suprimentos que valoriza a responsabilidade ambiental;

5.  Educação e Consciencialização: Promovem a consciencialização ambiental nos clientes, incentivando práticas sustentáveis e explicando o valor da economia circular. 

Através dessas iniciativas, a Finieco está ativamente a contribuir para a aceleração da transição para a economia circular, promovendo práticas comerciais responsáveis e sustentáveis para um futuro mais verde e saudável.

• Garcia Garcia

Empresa do setor da construção, que apresenta as seguintes boas práticas: Construção de edifícios de nova construção ou restauro, alinhados com certificação BREEAM, LEED e taxonomia europeia; Realização de análise de ciclo de vida de edifícios e de potencial de circularidade dos materiais de construção; Promoção de obtenção de certificações ambientais (ISO 14001 ou declaração ambiental de produto) junto da cadeia de fornecedores; Reutilização de materiais de construção na própria obra (por exemplo, agregados reciclados para sub-base de pavimentos).

• Intraplás SA

Tendo por base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a Intraplás desenvolveu um conjunto de valores e critérios éticos com o objetivo de aprimorar intrínseca e sequencialmente a sua cadeia de valor e a forma como atua. É desta forma, que reforça o  compromisso com as melhores práticas ambientais, nomeadamente no aumento do uso das energias renováveis e redução das emissões de carbono, na implementação de processos industriais eficientes e amigos do ambiente, redução de desperdício pós-industrial através de uma economia circular, transição para veículos elétricos e soluções de embalagens que permitam reduzir, reciclar e reutilizar. Entre práticas, destacam-se duas: Circularidade ao nível da reutilização de panos para limpeza das máquinas industriais e processo Clean Sweep, um processo que recorre às melhores práticas e sistemas de limpeza, contenção e controlo, que previnam a perda de grânulos de polímero e de material triturado após processo de trituração, que são manuseados durante as atividades de produção, armazenamento, transporte e utilização, evitando que estes cheguem aos ambientes terrestre e aquático, garantindo a sua utilização enquanto recurso.

• RESINORTE

A RESINORTE é a concessionária do sistema multimunicipal de triagem, recolha, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Norte Central. Este sistema abrange uma área geográfica de 8.031 km2, serve uma população de aproximadamente um milhão de habitantes, incluindo os de Santo Tirso, que gera cerca de 400 mil toneladas de resíduos urbanos por ano. O processo de tratamento e valorização de resíduos permite dar nova vida às matérias primas e obter produtos que voltam a entrar no ciclo de produção e de consumo. Esta realidade dá força e demonstra a viabilidade de uma Economia Circular, que na prática permite poupar matérias primas virgens e fomentar a utilização de matérias primas secundárias. Na RESINORTE, este processo faz parte do seu ADN há já vários anos. Os processos produtivos são concebidos e explorados para que os seus sub-produtos sejam aproveitados com o máximo de eficiência. Os produtos resultantes da valorização de resíduos que se encontram disponíveis ao mercado, são Materiais para reciclar, Corretivos Orgânicos e Energia.

• QUINTA DE GOMARIZ - Sociedade Agrícola e Comercial, Unipessoal, Lda

A Quinta de Gomariz tem 20 anos de existência e é uma propriedade com cerca de 17 hectares, situada na Sub-Região do Ave (Santo Tirso), onde são produzidos vinhos verdes sob denominação marca Quinta de Gomariz, cuja qualidade tem vindo a ser distinguida nacional e internacionalmente, através da arrecadação de prémios com a participação em concursos.  Muitos dos seus recursos são alocados ao tratamento e proteção da vinha, o seu maior ativo, onde experimenta e desenvolve metodologias, que permitem contribuir significativamente na redução do impacto ambiental.  A adega usa tecnologia moderna e elevados padrões de higiene e segurança alimentar.  Desde 2011 que, através do aproveitamento da energia solar, produz mais de 60% das suas necessidades em matéria de energia.

• Ultriplo

A Ultriplo é uma empresa Portuguesa que apoia Entidades Públicas e Privadas na Recolha, Reutilização e Reciclagem de Têxteis. A  missão é diminuir a quantidade de têxteis que são depositados no meio ambiente e prolongar o ciclo de vida destes bens através da reutilização. Através de uma rede de contentores instalada em diversos pontos de todo o País, a Ultriplo realiza a recolha de itens de roupa, calçado e brinquedos e, após uma minuciosa triagem, encaminha estes itens para reutilização, garantindo assim a continuidade da vida útil destes materiais. A Ultriplo prioriza responder aos pedidos de apoio no território nacional, bem como pedidos especiais em caso de crises humanitárias (catástrofes, desastres naturais, etc). Neste sentido, destinamos prioritariamente o material recolhido (e suscetível de reutilização) para este tipo de apoio social.  Nos anos de 2021 e 2022, até agora, a Ultriplo atendeu a todos os pedidos de apoio que chegaram . Para isso, A Ultriplo orgulha-se de estabelecer parcerias com diversas entidades, tanto a nível local como a nível nacional, tais como:  Cruz Vermelha, a Universidade Católica de Braga, a Universidade da Beira Interior (com quem desenvolvemos vários projetos de cariz social), a SOPRO - Solidariedade e Promoção, a Associação Vidas Cruzadas, entre muitas outras.  Após responder a todos os pedidos recebidos através dos  parceiros sociais (IPSS's), e não havendo mais pedidos ou necessidade de apoio social requisitado à Ultriplo,  o excedente do produto recolhido é comercializado, de forma a subsidiar todo o custo da operação de recolha e triagem, como por exemplo os salários dos quase 60 funcionários da Ultriplo. Como destino deste material, estão países como os Camarões, a Gâmbia, a Síria e a Índia. Todavia, note-se que, não obstante o viés comercial desta operação, estas roupas visam responder às necessidades de populações com um poder de compra extremamente reduzido. Com efeito, graças ao trabalho realizado pela Ultriplo, estas pessoas conseguem adquirir roupas de qualidade.

Boas Práticas Nacionais

• Book in Loop

A Book in Loop é uma loja de material sustentável online nascida em Coimbra. Permite a compra e venda de calculadoras gráficas em segunda mão e a compra de material escolar sustentável e manuais escolares usados, do 5º ao 12º ano.

• Grupo Amorim

O Grupo Amorim,  uma organização de Santa Maria da Feira, ligado ao setor de transformação de cortiça,  desenvolveu um produto com matéria-prima 100% natural, reciclável e renovável. Com a utilização do subpavimento "Go4cork Nature” by Amorim, para além de aproveitar as suas qualidades de alta performance, contribui para a redução de possíveis impactos ambientais, uma vez que o balanço de carbono do subpavimento é de -12,4kg CO2 eq/m2, o que promove o sequestro de carbono no montado, que é superior às emissões de CO2 resultantes da sua produção.

• Infinitebook

 

• Maria Maleta

A Maria Maleta é uma startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, que produz malas cujo processo de criação é inovador e sustentável. A marca anunciou uma nova linha dedicada à sustentabilidade, com quatro produtos totalmente vegan, com têxteis biodegradáveis e recicláveis. Na nova coleção a empresa utiliza também materiais reciclados, como têxteis provenientes de poliéster e plástico, pós-consumo reciclados (PES), anilina sintética 100% biodegradável, têxtil impermeável e 100% reciclável. A integração de novos materiais tem como objetivo conferir aos produtos uma missão ainda mais sustentável.

 

• Nãm

Através da economia circular, a Nãm produz cogumelos a partir de grãos de café, usando as borras como substrato para cultivar os cogumelos e produzir um fertilizante orgânico desde Lisboa, em Portugal, até aos lares de todas as pessoas.

 

• Novonovo

A Novonovo é uma organização de Lisboa, que promove e facilita a prática da reutilização como ferramenta essencial ao desenvolvimento sustentável e que alonga a vida útil, através da revenda de desperdícios de materiais mais comummente utilizados na Indústria Cultural e Criativa nos setores onde a arte é aplicada ao serviço prestado, como por exemplo na arquitetura.  Deste modo, desenvolveu uma plataforma digital onde a comunidade criativa pode localizar materiais e produtos inutilizados e incorporá-los no seu trabalho. Quem tem excedentes pode encontrar quem os queira usar. A Novonovo realiza a correspondência entre desperdícios e criadores, garantindo um final feliz para o planeta e para a criatividade.

 

• ReUse by Ajuda de Mãe

O ReUse by Ajuda de Mãe é um projeto de empreendedorismo de impacto social e ambiental, desenvolvido pelo Gabinete da Ajuda de Mãe de Santarém, que tem como missão integrar mães em situação de desemprego na vida ativa. 

Este projeto assenta no conceito de reutilização criativa através do aproveitamento de desperdício têxtil, transformando-os em produtos sustentáveis e reutilizáveis, como toalhitas, sacos de diversos tamanhos, malas, entre outros, que são vendidos no website da marca.  

Parte da venda dos produtos reverte diretamente para as mães envolvidas no Atelier, contribuindo, assim, para melhorar as suas vidas e das suas famílias.

 

• Vintage for a Cause

Num quadro de plataforma colaborativa, a marca portuense cria edições limitadas de desenhos intemporais, reunindo, envolvendo e influenciando diferentes intervenientes ao longo da cadeia de valor, no sentido de uma produção e consumo mais sustentáveis. Os recursos têm origem nos desperdícios das fábricas têxteis do norte de Portugal e a produção é realizada de forma colaborativa entre designers conceituados, que fazem coleções exclusivas e mulheres acima dos 50, que eram costureiras profissionais no sentido de aumentar a inclusão social. 

 

 

Boas Práticas Institucionais

•  AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e afins de Portugal

Projeto CircularMetal: No âmbito do Programa "Apoiar a Transição para uma economia circular: Fase II", a AIMMAP, em pareceria com o CATIM, realizou um projeto de promoção da Economia Circular, designado de “Projeto CircularMetal”.

 

O Projeto surge num contexto de continuidade, decorrente da publicação do Aviso nº2605/2018 (DR, 2ª série, de 23 de fevereiro de 2018) para a execução do Plano de Ação para a Economia circular (PAEC), tendo como objetivo promover a transição da economia circular no Setor Metalúrgico e Metalomecânico.

 

Teve como principais objetivos:

- Desenvolvimento de Guia Setorial para a Economia Circular – E-Book;

- Demonstração do potencial da Análise do Ciclo de Vida no setor;

- Identificação setorial de subprodutos versus resíduos;

- Criação de plataforma setorial para a economia circular, designada de “SymbioMetal”;

- Desenvolvimento de acordos sectoriais “Green Deals”.

 

• Associação Smart Waste Portugal

A Smart Waste Portugal é uma Associação sem fins lucrativos, criada em maio de 2015. Tem como objetivo criar uma plataforma de âmbito nacional que alavanque os resíduos como recurso, atuando em toda a cadeia de valor do setor, promovendo a Investigação, Desenvolvimento e Inovação, potenciando e incentivando a cooperação entre as diversas entidades, públicas e privadas, nacionais e internacionais.

 

• BCSD

O BCSD Portugal é um conselho empresarial (e uma organização sem fins lucrativos) que existe para ajudar as suas mais de 150 empresas-membro na jornada para a sustentabilidade, através de 3 áreas-chave: o conhecimento, a formação e a comunicação. Foi criado em 2001, por Belmiro de Azevedo e um grupo de empresários portugueses. Faz parte da Rede Global do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

 

 

• Circular Economy Portugal

A Circular Economy Portugal promove a transição para uma economia circular em Portugal, desenvolvendo ações de capacitação e projetos nas áreas da reutilização e da reparação. Ajudam a concretizar uma sociedade sem desperdício, com recurso à inovação social e à ação colaborativa através de Lisboa. Traduzem os princípios da economia circular em soluções concretas, com o objetivo de criar valor para a sociedade e o meio ambiente.

 

• Município de Santo Tirso

Projeto EcoCore: Transição verde em pequenas cidades ao longo de corredores de transporte. O projeto EcoCore concentra-se em acelerar a transição verde nas áreas industriais das cidades parceiras. Visa reforçar a capacidade das pequenas cidades, inlcuindo a de Santo Tirso, na luta contra as alterações climáticas, promovendo uma agenda de economia verde e ajudando as partes interessadas locais, em particular as empresas, na transição para fontes de energia hipocarbónicas para os transportes, o aquecimento e a eletricidade. As atividades em rede criarão uma dinâmica significativa para uma transição para as energias verdes, especialmente nos ambientes de trabalho das zonas industriais das cidades parceiras.

 

• ERP Portugal – Entidade Gestora de Resíduos

A ERP Portugal – Entidade Gestora de Resíduos, nasceu a 13 de maio de 2005 no seio da European Recycling Platform (ERP), a primeira plataforma europeia inicialmente dedicada à gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), tendo incluído na sua atividade a gestão de Resíduos de Pilhas & Acumuladores (RPA) e Resíduos de Embalagens (RE) em diversos países, incluindo Portugal.

 

• Plano de Ação para a Economia Circular

O Plano de Ação para a Economia Circular (2023-2027) visa acelerar a transição da economia portuguesa para um modelo em que as atividades económicas não dependam da extração de matérias-primas e da produção de resíduos.