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Discurso do presidente da Câmara na Sessão Solene Comemorativa do 47º aniversário do 25 de Abril

25 Abril 2021

DISCURSO DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO TIRSO
NA SESSÃO SOLENE COMEMORATIVA DO 47º ANIVERSÁRIO DO 25 ABRIL

• EXMO. SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL;
• EXMOS. SENHORES VEREADORES;
• EXMOS. SENHORES PRESIDENTES;
• ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL;
• MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES;

Este é um 25 de Abril mais próximo do habitual.

Em 2020, quando se assinalou o 46.º aniversário do momento fundador da Democracia em Portugal, vi-me confrontado com uma das mais difíceis decisões que tive de tomar enquanto presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso: realizar ou não realizar a sessão solene comemorativa do 25 de Abril nos Paços do Município, nos moldes em que hoje a estamos a realizar.

Primeiro, resisti. Depois, hesitei. E, por fim, acabei por retirar do programa comemorativo da evocação do 25 de Abril a sessão solene nos Paços do Município.

Fi-lo, como tive oportunidade de divulgar no meu discurso dirigido à população de Santo Tirso por meios digitais, por um único imperativo que coloco acima da Liberdade, depois de ouvir o presidente da Assembleia Municipal, os presidentes de Junta, as instituições e também as autoridades de saúde a nível nacional e local: a saúde.

Este ano, em face do momento que se vive, em Portugal e no Município, do ponto de vista da saúde pública e das restrições impostas pelo Estado de Emergência, não tive dúvidas de que havia condições para voltar a evocar o 25 de Abril nos Paços do Município, numa sessão solene com a dignidade que a data maior da nossa Democracia impõe – ainda que sem público ou convidados.

Prudente, mas otimista, quis, enquanto presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, dar um sinal de esperança à população de Santo Tirso.

E nada melhor do que dar esse sinal de esperança no momento solene que assinala a conquista de um dos bens maiores que nos foram tirados pela pandemia: a LIBERDADE.

Como alguém um dia disse, nenhuma noite é eterna.

De facto, à noite segue-se, inexoravelmente, o dia.

Foi assim há 47 anos, quando os “capitães de Abril” resgataram a Liberdade e a Democracia das mãos da ditadura. Também não tenho dúvidas de que a noite da pandemia vai ceder aos raios de luz da vacinação e da Liberdade.

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
Vivemos um tempo paradoxal.

Celebramos Abril, mas não temos ainda verdadeiramente Abril.

Celebramos Abril, mas não estamos ainda totalmente desconfinados.

Celebramos Abril, mas ainda vivemos em Estado de Emergência.

Pode parecer contraditório celebrar Abril e termos ainda restrições à liberdade, à participação na vida pública ou aos contactos de proximidade.

Mas não é.

Por duas principais razões.

PRIMEIRA. É em tempos excecionais como aqueles que vivemos – em que a Liberdade e, por que não dizê-lo?, a Democracia são postas à prova – que mais sentido faz evocar, em sessão solene nos Paços do Município, o 25 de Abril.

Evocar o 25 de Abril não como um evento abstrato ou costumeiro.

Evocar o 25 de Abril não é uma festa de elites ou de detentores de cargos públicos desligados da realidade que se vive no País e no nosso Município.

Não. Evocar o 25 de Abril é evocar o momento histórico e refundador que nos conduziu ao desenvolvimento civilizacional.

Evocar o 25 de Abril é tão ou mais importante hoje do que no passado.

Evocar o 25 de Abril é evocar quem somos, do que somos feitos, do que fizemos e do que queremos fazer pelo País.

É evocar as nossas raízes. É evocar a independência. É evocar a República. A Liberdade. A Democracia. Portugal.

Evocar Abril é, portanto, um dever patriótico. Arrisco mesmo: uma obrigação. Moral, ética e democrática.

Se se quiser, evocar o 25 de Abril é, nos tempos excecionais em que mergulhámos há um ano, também CUIDAR DE TODOS.

É combater a pandemia. É dar resposta aos problemas concretos das pessoas. Das instituições.

É lamentar as vítimas da impiedosa doença que nos tem roubado aquilo que tantos devem a tão poucos, como no dia 25 de abril de 1974.
MUITO OBRIGADO!

É, como estava a dizer, proteger os mais isolados e vulneráveis. É apoiar as Instituições Particulares de Solidariedade Social, com um papel acima de toda a estima na resposta dada à pandemia.

É, afinal, estar lado a lado com as pessoas. Com as empresas. Com os agentes de proteção civil. Com as paróquias. Com os presidentes de Junta.

É estar lado a lado com os professores e os funcionários públicos, nomeadamente os funcionários do Município, que não deixaram de estar na linha da frente no apoio à população de Santo Tirso.

É também estar lado a lado com os profissionais de Saúde, para quem temos uma dívida de gratidão tão grande como aquela que devemos aos “Capitães de Abril”.

Gostaria, aliás, de aproveitar a sessão solene comemorativa do 47.º aniversário do 25 de Abril para lançar o desafio, nomeadamente à população de Santo Tirso e a todos os partidos com representação em território municipal, de homenagear coletivamente todas as vítimas da pandemia e aqueles que têm estado na linha da frente no combate à Covid-19, numa iniciativa solene como forma de prestar um tão justo quanto merecido tributo em nome do Município.

Estão, assim, todos convocados a dar contributos no sentido de, quando esta crise de saúde pública for ultrapassada, homenagear não apenas aqueles que não resistiram à doença como também aqueles que ajudaram a salvar vidas, a título pessoal ou coletivo, nos moldes em que vier a ser consensualizado por todos os que quiserem participar neste momento de unidade coletiva.

O 25 de Abril foi há quase meio século. Parece, de facto, um tempo longínquo. Distante. Remoto.

Mas, como se vê, pelo que acabei de dizer, não é.

O 25 de Abril é mesmo um tempo atual. É um tempo de hoje. E do amanhã.

Já o disse em 2020 e reforço-o agora, nesta sessão solene: salvaguardando o contexto histórico, político e social, também hoje estamos a lutar pela nossa liberdade e, a médio e longo prazo, pela nossa Democracia.

Com atores, circunstâncias e armas diferentes, é certo, mas nem por isso deixamos de estar a lutar contra, primeiro, um ditador invisível que nos tem tirado a rua e, depois, contra o atraso económico, social ou cultural.

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
A SEGUNDA razão pela qual não considero ser contraditório ou paradoxal celebrar Abril nos tempos em que vivemos, ou melhor, a segunda razão pela qual considero que é nos tempos em que vivemos que faz ainda mais sentido celebrar Abril é a janela de esperança que se abriu com a vacina e com o plano de vacinação.

Há um ano, mais ao menos por esta altura, estávamos a confinar e ainda a tentar perceber o significado de coronavírus, distanciamento social, restrições à circulação ou índice de transmissibilidade.

Estávamos a executar um conjunto de medidas de combate à pandemia, nomeadamente no que diz respeito ao risco de transmissão da doença, fechando equipamentos e espaços públicos, restaurantes, esplanadas, escolas, entre outros, e eu próprio estava a fazer o meu discurso alusivo às comemorações de Abril por via digital, para chegar às pessoas em recolhimento domiciliário.

Um ano volvido, já conseguimos estar novamente juntos nesta sessão solene comemorativa do 25 de Abril, ainda que com restrições e em cumprimento das regras sanitárias que aprendemos em tempo recorde nos últimos tempos.

É melhor estarmos a celebrar o 25 de Abril na nossa casa da Democracia do que em casa? Ninguém nesta cerimónia, julgo eu, tem dúvidas quanto à minha resposta.

Quer isso dizer que já estamos em condições de voltar à normalidade? Ninguém nesta cerimónia, espero eu ainda, tem também dúvidas quanto à minha resposta.

O que eu quero dizer é que lutar hoje pela nossa Liberdade individual e coletiva é dar pequenos passos, como aqueles que estamos também a dar nesta sessão solene presencial, com regras, no sentido de ter tão cedo quanto possível a população do País e do Município vacinada.

Não é preciso ser-se especialista para chegar à conclusão de que apenas a vacina nos devolverá a esperança e a retoma económica e social.

E a esperança cresce a cada dia que passa e a cada pessoa que toma a vacina.

A retoma, essa, vai levar mais algum tempo. Mas hoje também já todos sabemos que não haverá retoma sem vacina.

A vacina não é uma espécie de poção mágica que vai resolver todos os nossos problemas comuns. Mas é o instrumento – o único instrumento – que vai resolver, primeiro, o problema de Saúde Pública à escala planetária e, depois, controlada a pandemia, criar condições para que se dê resposta a todos os outros problemas, nomeadamente económicos e sociais.

Está, por isso, muito em jogo no plano de vacinação.

Infelizmente, nem tudo tem corrido bem na Europa no que toca à distribuição das vacinas, mas, pese embora todos os obstáculos e desafios colocados no processo de vacinação, há já hoje uma meta, um horizonte, a alcançar: o final do verão como ponto de chegada à imunidade de grupo.

Como as noites não são eternas, a luz ao fundo do túnel parece cada vez mais perto, mais forte e mais intensa.

A esperança renasce. E o virar da página entreabre-se.

No plano da vacinação, como em todas as outras dimensões da pandemia, a Câmara Municipal procurou atuar como um agente facilitador das soluções e das tomadas de decisão, algumas das quais da própria competência do Município e outras em estrita articulação com as entidades públicas diretamente envolvidas no combate à pandemia, como, por exemplo, a Saúde e a Segurança Social.

Como repetidamente tenho dito desde o início da pandemia, a calamidade de Saúde Pública que nos fustigou no último ano colocou todos no mesmo barco.

À exceção de uns poucos que rejeitam – e rejeitaram – as evidências científicas e de Saúde Pública, todos temos remado para o mesmo lado.

Em Santo Tirso, isso tem sido ainda mais notório.

Julgo que, por vezes, há a tentação de confundir diálogo, proximidade, trabalho em rede – repito, em rede – e cooperação com inércia, incapacidade, desresponsabilização, insensibilidade ou até mesmo avareza orçamental.

Nada mais ficcionado.

O QUE EU VI no Município de Santo Tirso foi uma verdadeira resposta à pandemia, num trabalho em rede que evitou a tomada de decisões e de medidas avulsas e permitiu ter no terreno as soluções adequadas às necessidades de cada momento.

Em Santo Tirso, O QUE EU VI foi uma Câmara Municipal sem se pôr em bicos de pés. Uma Câmara Municipal a recusar protagonismos alheios. O QUE EU VI em Santo Tirso foi uma Câmara Municipal avessa a foguetórios ou a sensacionalismos e protagonismos espúrios.

Por isso, não me viram – nem verão – a divulgar publicamente dados sobre a situação da pandemia no Município de Santo Tirso, como o número de infetados ou de internados.

Por isso, não me viram – nem verão – a inscrever à pressa para um qualquer banco de voluntariado para prestar apoio voluntário.

Por isso também, não me viram – nem verão – a substituir ou a passar à frente de outros atores públicos que também estão na linha da frente no combate à pandemia.

Não, isso não viram – nem verão.

O que eu vi no Município de Santo Tirso, desde que a pandemia se espalhou por todo o Mundo, foi a Câmara Municipal a assumir o papel que tem – e não lhe cabe ser a porta-voz da Segurança Social, da autoridade de saúde, das instituições ou das empresas – e a articular, em rede, toda a resposta à pandemia.

E a resposta é, como se calcula, gigantesca. Até pela dimensão, mas não só, a resposta não poderia nunca ser só dada pela Câmara Municipal.

O que eu vi no Município de Santo Tirso foi a Câmara Municipal a:
 REFORÇAR OS APOIOS ATRIBUÍDOS NO ÂMBITO DO PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA SOCIAL, para pagamento das faturas da água, da luz, do gás, da renda, de medicamentos ou da alimentação;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE PARCÓMETROS;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE RENDAS DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS PROPRIEDADE DO MUNICÍPIO;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE RENDAS DO MERCADO MUNICIPAL;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE TAXAS DA FEIRA SEMANAL DE SANTO TIRSO;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE LICENÇAS DAS ESPLANADAS DOS ESTABELECIMENTOS LIGADOS À RESTAURAÇÃO;
 SUSPENDER O PAGAMENTO DE LICENÇAS DE EXPLORAÇÃO DA PUBLICIDADE;

O que eu vi no Município de Santo Tirso foi a Câmara Municipal a:
 ADQUIRIR MATERIAL DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, para disponibilizar às IPSS, autoridades de saúde, proteção civil, paróquias, outras confissões religiosas, agrupamentos de escolas, entre outras;
 DISPONIBILIZAR ALOJAMENTO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE;
 HIGIENIZAR RUAS E ESPAÇOS PÚBLICOS EM TODAS AS ANTIGAS 24 FREGUESIAS DO MUNICÍPIO;
 CRIAR CENTROS DE ACOLHIMENTO MUNICIPAL DISTRIBUÍDOS POR TODO O MUNICÍPIO;
 CRIAR UM HOSPITAL DE CAMPANHA NA ESCOLA SÃO ROSENDO;
 ABRIR TRÊS CENTROS DE RASTREIO NO MUNICÍPIO;
 LANÇAR O PROGRAMA “TODOS CUIDAMOS DE TODOS”, numa parceria entre a Câmara Municipal e todas as 14 juntas de freguesia, para apoiar a população mais vulnerável e dar resposta a necessidades como:
o Aquisição e transporte de medicamentos;
o Aquisição e transporte de bens alimentares e de higiene;
o Aquisição e transporte de refeições;

O que eu vi no Município de Santo Tirso foi a Câmara Municipal a:
 CEDER 200 COMPUTADORES, 200 TABLETS E 400 LIGAÇÕES À INTERNET A TODOS OS AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS;
 CRIAR UMA LINHA DE APOIO PSICOLÓGICO;
 COMPARTICIPAR FINANCEIRAMENTE OS OPERADORES DE TRANSPORTES PARA GARANTIR OS SERVIÇOS ESSENCIAIS;
 REFORÇAR O PESSOAL NÃO DOCENTE NOS JARDINS DE INFÂNCIA;
 DISPONIBILIZAR A FROTA DE VIATURAS DO MUNICÍPIO PARA GARANTIR, NO REGRESSO DOS ALUNOS ÀS AULAS PRESENCIAIS NO ENSINO SECUNDÁRIO, O TRANSPORTE ESCOLAR;
 FORNECER REFEIÇÕES ESCOLARES AOS ALUNOS MAIS CARENCIADOS;
 REFORÇAR O APOIO FINANCEIRO ATRIBUÍDO ÀS ENTIDADES GESTORAS DOS PROLONGAMENTOS DE HORÁRIOS;
 CRIAR UM SERVIÇO DE MARCAÇÃO DE TESTES À COVID-19, em articulação com as 14 juntas de freguesia, para diminuir os tempos de espera para a realização dos rastreios;
 CRIAR UM SERVIÇO GRATUITO DESTINADO AO SETOR DA RESTAURAÇÃO, com vista a fazer entregas ao domicílio durante os períodos de recolhimento obrigatório;
 CONTACTAR DIARIAMENTE OS IDOSOS E FAZER VISITAS DOMICILIÁRIAS DE ACOMPANHAMENTO A IDOSOS ISOLADOS, BEM COMO UM SERVIÇO DE TELEASSISTÊNCIA;
 CELEBRAR UM PROTOCOLO NO ÂMBITO DO PROGRAMA “VACINAÇÃO SNS LOCAL”, para promover a vacinação contra a gripe sazonal aos utentes com mais de 65 anos nas farmácias do Município e aliviar a pressão sobre os centros de saúde;
 CRIAR UM LINHA DE APOIO AO EMPRESÁRIO, em parceria com a ACIST;
 ALARGAR AO ENSINO PRÉ-ESCOLAR O ACESSO À PLATAFORMA APRENDE+;
 REFORÇAR O SUBSÍDIO MUNICIPAL AO ARRENDAMENTO, nomeadamente com uma majoração dirigida aos jovens;
 REALIZAR RASTREIOS A TODOS OS 14 LARES DO MUNICÍPIO (públicos e privados);
 CRIAR EQUIPAS MULTIDISCIPLINARES CONSTITUÍDAS POR TÉCNICOS DA CÂMARA MUNICIPAL, DA AUTORIDADE DE SAÚDE LOCAL E DA SEGURANÇA SOCIAL, com o objetivo de articular a melhor resposta em caso de emergência e garantir o cumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde a todos os lares e equipamentos sociais de cariz residencial;
 CEDER VIATURAS AO ACES SANTO TIRSO/TROFA;
 CRIAR UM “CALL CENTER” DESTINADO À UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA LOCAL, com o objetivo de realizar diariamente chamadas aos doentes diagnosticados com Covid-19 e fazer quer os inquéritos epidemiológicos quer a identificação das redes de contactos;

O que eu também vi, para não ser exaustivo, foi a Câmara Municipal a:
 CRIAR, EM PARCERIA COM OS CTT, O IEFP, A ACIST E UMA “START-UP” INCUBADA NA FÁBRICA DE SANTO THYRSO, UMA “LOJA ONLINE” E UMA “APP” para apoiar os lojistas e comerciantes na venda dos produtos;
Ou:
 CRIAR, EM PARCERIA COM O ACES SANTO TIRSO/TROFA, UM CENTRO DE VACINAÇÃO MUNICIPAL NA FÁBRICA DE SANTO THYRSO, para vacinar toda a população do Município de Santo Tirso até ao final do verão – como se calcula, a minha principal prioridade enquanto presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso.

Isto foi o que eu vi no último ano no Município de Santo Tirso.

Mas, paralelamente, também vi a Câmara Municipal a não parar, pese embora todos os constrangimentos provocados pela pandemia, um conjunto de projetos na área da reabilitação do espaço público e do melhoramento da rede viária municipal que estavam em curso ou em fase de conclusão.

E, por isso, todos vimos também:
 O lançamento do concurso público para as obras de requalificação do Hospital de Santo Tirso, fruto do diálogo mantido com a tutela, a ARS Norte, a administração do Centro Hospitalar do Médio Ave e ao Município;
 A conclusão dos novos acessos ao Hospital de Santo Tirso;
 O arranque dos trabalhos de preparação do projeto de criação do Parque Silvestre do Verdeal, nas freguesias de Vila das Aves e São Tomé de Negrelos;
 A erradicação de 20 quilómetros de ruas em terra em todo o território municipal;

Todos vimos:
 O arranque das obras de melhoramento da rede viária municipal, nomeadamente:
 A requalificação da Estrada Municipal entre a Rotunda do Operário Têxtil e o Polidesportivo da Lama;
 A requalificação da Rua Ferreira de Lemos;
 A requalificação da Rua Comendador António Maria Lopes;
 A requalificação da Rua Infante Dom Henrique;
 A requalificação da Rua da Misericórdia;
 A requalificação da ligação Seroa-Paços de Ferreira;
 A execução da nova ligação Paradela-Cemitério de Vilarinho;
 A requalificação da Zona Empresarial do Alto da Cruz;
 A inauguração de uma nova acessibilidade na Zona Empresarial da Ermida;

Todos vimos ainda:
 A inauguração do novo relvado sintético do Complexo Desportivo de Refojos;
 O arranque das obras de colocação de um novo piso sintético na Escola Básica do Ave, em Vila das Aves;
 A atribuição de subsídios para financiar a colocação de mais três novos pisos sintéticos no Município, nomeadamente em:
 Rebordões
 Monte Córdova
 Água Longa
 A aquisição dos antigos armazéns GEMA, para acolher os Serviços Gerais localizados na Fábrica de Santo Thyrso;
 A construção do Centro de Artes Alberto Carneiro, que será brevemente inaugurado;
 A beneficiação de nove Complexos Habitacionais Municipais;
 A inauguração do novo investimento na antiga fábrica Arco Têxteis, uma centralidade que nasce na cidade de Santo Tirso;
 A entrada em funcionamento de mais duas Lojas do Cidadão, em Monte Córdova e Vilarinho, a juntar às outras sete já existentes;
 A requalificação de mais três escolas, nomeadamente:
 Escola São Rosendo, em Santo Tirso;
 Escola Básica do Ave, na Vila das Aves;
 Escola da Lage, em Vilarinho;
 A inauguração do novo Tribunal do Comércio;
 A inauguração das novas instalações da Polícia Municipal;

Mas vimos ainda em Santo Tirso, para não me alongar mais:
 O alívio da carga fiscal para famílias e empresas, pelo sétimo ano consecutivo;
 A ampliação das redes públicas de água e de saneamento;
 A atribuição do galardão “Município Amigo do Desporto” ao Município de Santo Tirso;
 A atribuição do galardão que distingue o Município de Santo Tirso em matéria das melhores práticas de sustentabilidade ambiental;
 A atribuição do galardão “Autarquia Familiarmente Responsável”;
 O aumento do número de cursos técnicos superiores dados pelo maior politécnico do País na Fábrica de Santo Thyrso;
 A luta travada para impedir que um novo aterro sanitário fosse construído junto ao existente em Santo Tirso;
 Ou, mesmo para terminar, todos vimos Santo Tirso ser considerado o Município do País com o maior investimento feito em esterilização de animais.

Todos vimos porque, não obstante a necessidade de adaptar e de reajustar alguns projetos, por força da pandemia que paralisou praticamente o País, a Câmara Municipal tinha – e tem – um rumo.

Sem rumo, não há vento que nos salve.

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
Este não é ainda o momento para se fazer uma reflexão ou tirar conclusões definitivas sobre o modo como o Mundo respondeu à pandemia.

Este é apenas o momento de responder à pandemia.

Mas há já uma grande lição a tirar da pandemia: nunca, nos nossos tempos, fomos tão iguais uns aos outros como agora.

A pandemia uniu-nos. Verdadeiramente. À escala planetária.

Nunca, como agora, estivemos tão dependentes uns dos outros para fazer face a um obstáculo que pôs à prova a própria Humanidade.

Como escreveu Bertolt Brecht:
“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda”;
Porém, há aqueles que lutam toda a vida; e esses são os imprescindíveis”.

Não chega, de facto, lutar um dia. Não chega lutar muitos dias.

Não. Temos de lutar todos os dias para combater, no imediato, a pandemia e, a curto e médio prazo, reconstruir tudo o que foi destruído, do ponto de vista económico e social.

Quis o destino que fôssemos nós, todos, a combater um inimigo que não declarou guerra – mas está a fazê-la.

Um inimigo que, sem aviso prévio, nos atacou sem mostrar a cara ou as armas. Cobarde e sorrateiro.

Ao fazê-lo, despertou um nobre sentimento – muitas vezes adormecido – só ao alcance da Humanidade: o espírito de solidariedade. Ou impulso de entreajuda. De partilha. De dedicação ao nosso semelhante. De altruísmo.

O “eu” deu lugar ao “nós”, também muitas vezes esquecido ou ignorado no processo de construção dos modelos de sociedade contemporâneos.

Por isso, “nós” somos os imprescindíveis do tempo de hoje. Todos.

Do tempo de hoje que é o tempo de todos os dias futuros, chamados a fazer aquilo que provavelmente ainda ninguém fez, porque também ainda ninguém tinha feito frente a uma crise com a dimensão daquela que se alastrou a todo o Mundo.

Somos nós, cada um de nós, que vamos cuidar do futuro. Seremos tão melhor sucedidos quanto conseguirmos estar lado a lado na missão que temos pela frente.

Foi lado a lado que chegamos até aqui. Será lado a lado que vamos conseguir aniquilar o inimigo.

Hoje estamos mais perto de alcançar a meta. Mas também todos sabemos que a reta final é quase sempre a parte mais difícil de fazer. Porque acumulamos desgaste, fadiga, exaustão, dúvidas e receios.

E é por isso que temos de, coletivamente, ir ao fundo de nós próprios buscar um pouco mais de mais forças, de coragem e de capacidade de sofrimento para cortar a meta.

Em nome da defesa da vida, aceitamos, com sacrifício, viver nos últimos tempos como nunca tínhamos vivido em sociedade.

O momento que atravessamos é absolutamente decisivo. Porque é ainda ténue a linha que nos separa de uma nova vaga e de um retrocesso no caminho da liberdade da de uma resposta à pandemia com imunidade de grupo e de um regresso mais próximo àquilo que tínhamos antes da doença.

A capacidade de decidir o rumo a seguir continua a ser nossa. De cada um de nós.

Porque foi isso que Abril nos deu. E porque será isso que determinará, em boa parte, o trajeto que vamos fazer, como povo, até recuperarmos, em definitivo, aquilo que Abril nos deu.

Termino como comecei: prudente, mas otimista.

Prudente porque ainda muitas ameaças pairam no processo de regresso ao período pré-pandémico.

Otimista porque acredito na janela de esperança que se abriu ao Mundo, ao País e à população de Santo Tirso com o plano de vacinação em curso.

VIVA O 25 DE ABRIL!
VIVA A LIBERDADE!
VIVA PORTUGAL!

FORÇA, SANTO TIRSO!
E VOTOS DE MUITA SAÚDE!

Muito obrigado!

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