«Eugénio de Andrade: uma voz, um sorriso» no Centro Cultural de Vila das Aves
Numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Santo Tirso, vai estar patente ao público, no Centro Cultural de Vila das Aves, de 14 de fevereiro a 28 de março, a exposição Eugénio de Andrade: Uma Voz, Um Sorriso, organizada pelo professor António Oliveira a partir da vida e obra do autor de “As Mãos e os Frutos”.
Com cariz essencialmente documental, a exposição reúne um conjunto de imagens da autoria de Dario Gonçalves que testemunham várias vivências do escritor: em viagem pelo país ou no estrangeiro, dos seus regressos à terra natal (Fundão), pelas ruas e lugares do Porto (cidade onde fixou residência, em 1950), e com os amigos, entre os quais os escritores António Lobo Antunes e José Cardoso Pires, com o professor e ensaísta Eduardo Lourenço e, entre outros, com o arquiteto Siza Vieira.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923, em Póvoa de Atalaia (Fundão), e faleceu a 13 de junho de 2005, no Porto. Em 1947 ingressou na função pública, como inspetor dos Serviços Médico-Sociais e em 1950 fixou residência no Porto. Manteve sempre uma postura de independência face aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de atividade poética.
Estreou-se em 1939 com a obra Narciso e torna-se mais conhecido em 1942 com o livro de versos Adolescente. A sua consagração acontece em 1948, com a publicação de As mãos e os frutos, que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio.
Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os lugares do lume (1998). Em prosa, publicou Os afluentes do silêncio (1968), Rosto precário (1979) e À sombra da memória (1993), além das histórias para o público infanto-juvenil História da égua branca (1977) e Aquela nuvem e as outras (1986).
Eugénio de Andrade recebeu ao longo da sua vida vários prémios literários, destacando-se em 2001 a atribuição do Prémio Camões.
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta, no horário 9h00-13h00/14h00-17h00. A entrada é livre.